A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) organizou um tira-dúvidas sobre a pandemia e a vacinação contra a Covid-19 nesta quinta-feira. A live contou com participação de especialistas da universidade e autoridades da saúde do município.
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O reitor Paulo Afonso Burmann mediou a apresentação com perguntas enviadas aos demais participantes. Os professores Maria Denise Schimith e Alexandre Vargas Schwarzbold, dos departamentos de Enfermagem e Clínica Médica foram representantes dos docentes nas respostas. Eles falaram sobre a produção nacional de doses, o caminho até o começo da vacinação no Brasil e as perspectivas para o futuro da imunização.
Também participaram a secretária adjunta de saúde de Santa Maria, Ana Paula Seerig. Ela explicou sobre o processo de chegada das doses para os municípios, a partir do repasse do Ministério da Saúde para o Estado.
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Um dos temas abordados por Maria Denise e Schwarzbold foi a desconfiança de parte da população sobre a segurança e eficácia da vacina. Conforme a professora, é uma demanda do vacinador, além de aplicar a dose, explicar como o imunizante funciona.
- A gente percebe um movimento de dúvida com a ciência, muito forte. As pessoas esquecem que temos doenças que, em função das vacinas, a gente zerou os casos. E queremos fazer isso com a Covid também - explicou.
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As perspectivas apontadas por Schwarzbold estimam a vacinação de todo grupo prioritário até setembro. Porém, também é levado em conta que a produção de doses é baixa.
- De modo objetivo, não há dúvida que a vacina é a melhor solução. Mas não é a única estratégia. As medidas restritivas são fundamentais nesse sentido para diminuir o número de pessoas suscetíveis a contaminação, mas também para que dê fôlego, e a produção de vacina chegue até as pessoas. Nos próximos meses, teremos uma redução na transmissão de acordo com as respostas da vacina - disse.
Schwarzbold também falou sobre o Programa Nacional de Imunização (PNI) e os papéis desempenhados pelo Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo ele, a produção de ambos ainda é pouco para o Brasil, o que mostra a necessidade de descentralizar a produção ainda antes da pandemia.
- Se nós perdemos o passo, do ano passado para cá, em acordos para importação de insumos e vacinas já prontas, nos resta ampliar a produção local. Produzir localmente o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) é uma das condições para produzir em grande escala. Com isso, no decorrer de setembro, a gente tenha todos os grupos prioritários vacinados, mas vai depender de novo dessa capacidade de produção nacional - afirmou.
As perguntas foram enviadas ao vivo pelo Facebook, Instagram e YouTube da UFSM. A apresentação fica disponível na íntegra no canal da UFSM no YouTube.